O desaparecimento aqui do blog tem sempre uma explicação. E a explicação também é quase sempre a mesma, a falta de tempo, e um stress todo acumulado por cima de mim. E isso origina logo falta de originalidade para escrever. Ainda não consegui gerir muito bem esta minha nova rotina e já ando nisto há dois meses.

Eu detesto me queixar, detesto me sentir impotente, e na verdade eu até gosto de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, e faço-as, mas não faço esta minha parte que deixo sempre para último porque ainda não é vista como uma prioridade - o atualizar o blog! É uma coisa que eu quero mudar, é uma coisa que eu tenho que aprender a gerir e ter que mudar mentalidades.

Quero agarrar nas pequenas coisas que se passam á nossa volta e trazer para aqui, porque eu quero que elas mais tarde tenham um pouco noção daquilo que eramos, das nossas fases e como eu era neste papel, que vou ser sempre para elas. E depois, não quero parar de escrever, porque é das coisas que mais me prazer me dá.

Esta semana estou em casa com elas, são as férias da Páscoa e é aqui que eu quero encontrar um ponto de equilibrio. Quero abrandar o ritmo, quero aproveitar, me inspirar e adiantar trabalho para dias longos como estes que passaram, como hoje o fiz.

Prometi a mim mesma, que ao mudar o blog, ia trazer mais de nós e é isso que eu ando a tentar fazer e a estudar como. Para já, espero que a vossa Páscoa tenha sido tão doce como a nossa foi. Correu tudo bem e foi a primeira vez que elas se aperceberam da festa da Páscoa, que é a festa que mais doces lhe trazem, o que é fantástico para elas (e para a mãe também, eheh) Para o ano vou organizar um caça aos ovinhos - este ano elas ainda não iam perceber bem o conceito e por agora ficam com eles escondidos em casa, para serem dados em dias especiais, ou em alturas que mereçam. Cada coisa no seu tempo, por aqui é assim que tem sido...

"Como é que consegues tirar-lhes fotos as duas?" ou "As fotos estão um máximo, como consegues ?"

Certamente deve ser um das perguntas que mais me têm feito nos últimos meses e desde que as tive, e a resposta é simples: consigo, porque gostámos as três disto ! 

Desde que as tenho que acho que não houve um dia em que não as fotografei, a mais que não seja para vestir alguma roupa que está prestes a deixar de servir e já não deu para usar, mas eu quero guardar. Quero que ela se vejam, um dia mais tarde como eram. 

Acho que é por causa disto, elas sempre viram o telemóvel á frente delas a fazer o "sorri" - esta é a palavra mágica. 

Quando não comprendiam acho que a tarefa era mais um jogo de paciência, á espera de apanhar aqueles sorrisos, e a pose certa, alguma coisa ia sair decerteza. Depois passei pela fase que elas não paravam quietas e notasse que dessa altura tenho muitas fotos sempre em movimento, ou algums foi mera  sorte de as apanhar desprevinidas. Agora estou na fase que elas querem fazer, e tudo o que eu lhes peço elas fazem, e adoram, aderem a tudo. Mas, antes de partir para alguma sessão, eu pergunto-lhes sempre, sempre, se querem fazer o "sorri" e eu aí vejo a disposição delas, se for um big "xiiiimmm", sei que vão sair fotos brilhantes e passámos horas a vestir e a despir, á procura de inspiração. Se alguma não quiser, então aí já sei que não vale a pena. E fica para outro dia. No problem!

E no fundo, acho que é isto que lhes faz ter tanto brilho, nada é esforçado. Se há fotos é porque elas quiseram. Se estão a sorrir é porque é o sorriso. Ou porque a mãe está a fazer palhaçadas atrás da câmara, ou porque estamos a ouvir as nossas músicas e estamos as três na mesma vibe. Porque tem ali amor. Amor pelo que gostámos de fazer, daí o instagram delas e porque nunca devemos de deixar de fazer o que nos dá gosto fazer. Nunca!

MM.

Nem acredito que já passaram dois meses. DOIS. Como é possivel ?
E há dois meses atrás não esperava escrever o que vou escrever, mas ainda bem, porque os aspectos são todos positivos, quer dizer alguns...alguns. 

O primeiro dia como já devem saber, ou ter lido AQUI foi como era de se prever. Chorámos as três, foi sufocante, e assustador (mais para mim) . Foi o começo de uma nova vida para as três. 

Elas começaram por ir apenas umas horas, dia para dia ia aumentando, até ficarem o horário completo que são mais ou menos 5h. Pois, só 5, aqui o infantário por norma, é só da parte da manhã. Os alemães acham e muito bem, que é o suficiente e o resto do tempo, têm que ser da mãe.

Mas vamos ao que interessa, se elas no primeiro dia choraram, no segundo já não, no terceiro também não, nem no quarto, nem no quinto... NEM ATÉ HOJE ! Muito pelo contrário, elas pediam-me para ir para a escolinha, e mais...eu ir busca-las, estava-se a tornar um tormento. Porque elas não choravam por irem para lá, elas choravam por se virem embora de lá. Houve dias em que passei humilhações por elas gritarem ao ver-me que não se queriam vir embora, e isto porque estavam cá fora no parque, e era ali que queriam ficar. Virem comigo era sinônimo que iamos para casa, e estar ali, no parque da escola, era mais fixe. Todas as mães ficavam olhar, as educadoras diziam que até era bom elas gostarem, mas ninguém se aprontava para me ajudar a tira-las dali. Houve dias que a vontade era gritar e arranca-las dali para fora sem mimimis, (como fazia) porque o jogo de paciência foi muito, e tirar duas crianças de um parque para as meter no carro, era tudo menos fácil e elas não me ouviam porque estavam literalmente a chorar, a gritar... Houve dias que até chorei, com os nervos e de me estar a sentir incapaz. Estava a meter-me confusão, porque eu não sabia o que as pessoas á minha volta podiam pensar ao vê-las a ter esta reacção "pouco" normal . 

Elas sempre foram umas crianças que adoram ar livre, parques, baloiços, escorregas, meninos a brincar, correr, saltar... e tinham ali tudo, e depois pelo que percebi, elas tinham esta reacção porque eu ia busca-las 5 minutos depois  virem cá para fora, ou seja, elas nunca aproveitavam tempo nenhum cá fora. A sério que ninguém me avisou ??? 

Bem, cheguei a esta conclusão um bocadinho tarde demais, porque  no inicio do mês de Março, a conversa começou a ser outra, eu comecei a trabalhar, e o meu horário do trabalho acaba exactamente quando a escolinha fecha, pedi que esperassem 10 ou 15 minutos , que era o tempo que eu demoro em viagem, e agora adiante ia ser sempre assim. 

No primeiro dia que fui trabalhar, elas assustaram-se de ver os amiguinhos todos a ir embora e elas ficarem para último, e choraram bastante. Cheguei lá e estavam a chorar meias assustadas. A primeira reacção delas ao ver-me foi virem a correr para mim, a chorar, a abraçarem-me, e eu não estava a entender o porquê e disseram-me (as educadoras), que só perguntavam pela mamã. Pediram-me para lhes explicar que agora ia ser assim, que a mamã ia trabalhar e elas tinham que esperar na salinha que eu chegasses, para não pensarem que estavam a ficar esquecidas. Foi como se me dessem um murro no estômago, só de imaginar que elas tiveram medo que eu não chegasse e que iam ficar ali sozinhas.  Não as larguei mais o dia todo. Conversei muito com elas e expliquei-lhes exatamente isso, que agora a mãe ia trabalhar, mas que VOLTAVA SEMPRE para as ir buscar. SEMPRE! 

Apartir daquele dia, do meu primeiro dia de trabalho, todas as manhãs me perguntam se a mamã vai ganhar tostão, respondo que sim, e isto é elas de outra maneira a quererem dizer que então vão esperar por mim!

MM.