A NORMALIDADE QUE NOS TIRARAM!

by - março 19, 2020

Eu pedi a minha rotina de volta, não que me tirassem. Queria levar a minha vida o mais normal possível sem viver outra vez com medo, não era viver com mais pânico. Queria que o mês de Março fosse de recomeço, mas não era bem isto!!
Pergunto eu, o que nós andamos a fazer a nós proprios ? Que crueldade é esta em que vivemos, onde ninguém tem respeito pelo outro ? A humanidade está doente. 
Que futuro temos nós para oferecer á geração que estamos a criar ? 
Pedem-nos para ter calma, e como podemos ter calma a ver tanta gente egoista, a meter em causa aqueles que, por si têm respeito e educação ? Aqueles que só querem proteger e resguardar os seus.
Somos tão pequeninos para esta enorme maldade, somos tão pequenos para conseguir controlar o que ainda vem aí... acredito que os tempos dificieis ainda não sejam estes. 
Não quero ter medo de tudo e de todos sempre que saiu á rua para respirar. Não quero assustar as minhas filhas. Não quero viver com medo até dentro de minha casa e da minha própria sombra. Mas eu tenho medo. E estou com medo. Estou num país que não é o meu, e se já não podia abraçar os meus, agora sinto-os cada vez mais distantes e as saudades de casa ganharam mais força...
Que raio é isto que de repente nos tira o sono, nos tira os temas de conversa, nos tira horas de vida porque estamos agarrados ás noticias, que nos tirou os dias e as noites...que raio é isto?? 
Não levem isto de ânimo leve, porque as proporções vão ser grandes e se não vai ser de uma maneira , vai ser de outra. 
O medo eu tento esconde-lo, quero dar normalidade ás rotinas delas, quero omitir o quanto as pessoas podem ser más e o quanto o mundo é cruel. Quero mostrar-lhes que, o que temos de mais bonito, são as pequenas coisas do nosso dia-a-dia, mesmo que seja só pelo nosso jardim, pela nossa casa...quero oferecer-lhes tempo para recriarem o que elas quiserem, tempo para elas serem o que elas quiserem, mesmo que seja só para nós (os dois) vermos. Porque neste momento, somos só nós. Quero fazer-lhes acreditar que vai tudo ficar bem, quando para elas, já tudo está bem ... 
Queremos voltar para nossa casa, queremos abraçar quem deixámos para trás, há uns meses. É só isso!
MM.

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