Querido Dezembro, sempre foste o mês mais nostálgico. Mais especial. Acho que não sou a primeira a sentir um brilho diferente quando chega esta altura. Sempre fui criança neste mês. Deliro com as festas de natal, com os desfiles de natal e até quando vejo pessoas mascaradas de pai natal, é como fingisse que ele existisse mesmo e vivo aquele momento. Na noite de 23 para 24, fico impaciente, porque só quero que chegue a hora de sentar a familia á mesa, de conversar e de ouvir as gargalhadas das histórias dos mais velhos. Mais impaciente fico quando chega o final do jantar, é sinal que vamos todos receber presentes, de dar amor e receber. Escolher qual é a figura da familia que se vai mascarar de Pai natal.
Ho, Dezembro. Tu fazes-nos tão bem.

E desde que fui mãe, isto até podia atenuar, mas não...só multiplicou todo este extâse. Claro que o primeiro natal com os nossos filhos é sempre especial. Queremos marcar todos os momentos. Sentimos uma alegria diferente, mas parece que somos só nós a viver, eles tão pequeninos, inocentes que não sabem e não percebem o que se está a passar ao redor deles, só lhes é interiorizado mais o amor da familía. E isto é o começo para viverem cada ano toda a nostalgia desta época.
O primeiro natal delas, elas tinham apenas 9 meses, e não imaginavam sequer toda esta magia que as vai envolver. 

No ano passado já participámos nas feiras e nos eventos de natal, mas tiveram medo do suposto Pai Natal. Tirámos a nossa primeira foto com o barbudo. Elas envergonhadas, nem lhe ligaram nenhuma, só queriam lambuzar-se de pais natal de chocolate e de pular nos insufláveis. Foi lindo. E eu só queria viver e gravar na memória todos aqueles sorrisos. Quero incutir-lhes o Natal, tal como eu ainda o vivo.
O dia em si, foi mágico, foi a familia á mesa, foi a vez do tio João mascarar-se da personagem do Polo Norte , mas foi rapidamente descoberto por elas. Sempre tão atentas e espertas. Ainda não sei bem o nível de entusiasmo, se era mais delas ou o meu. Elas aí já abriram prendas, já percebiam que era para elas, já gritavam, e já sorriam com o brilho nos olhos. Elas e eu. 

Ora bem, e se foi lindo até agora, então eu digo-vos que só vai melhorar. Este ano toda a história já foi contada, este ano fizémos a nossa primeira árvore de natal. Os quatro. Na nossa casa. Nos outros anos não chegámos a fazer, íamos de férias e ainda não havia aquele entendimento delas para o justificar. Este ano, foi o ano. E sabem quando vemos nos filmes a familia a fazer  a árvore de natal em equipa ? Os miudos a enrolarem-se nas fitas e a música de natal como fundo e os beijinhos pelo meio a fazerem parte daquele cenário todo ? Sim, foi exactamente assim que aconteceu na nossa noite.

A alegria delas era contagiante. E valeu a espera destes quase 3 anos para viver isto. A magia do natal com a MINHA familia. Já no fim, orgulhosas do que foi feito. Elas e nós. Não paravamos de a admirar e só me lembrava que quando era ainda criança, queria uma árvore de natal gigante. A minha lá em casa tem quase 20 anos e é bem pequenina. A minha mãe nunca se quis desfazer dela por ter história. A história dela. Por ter sido a nossa primeira árvore de natal. E agora, agora sei bem o que é isso porque não me vou desfazer da minha. Foi a nossa primeira árvore de natal. E a minha vai ter sempre duas estrelas. Porque aqui em casa, nós somos especiais.
TO BE CONTINUED...

MM.