Se por um lado eu gosto de fotografar em rua, em um estilo, digámos streetstyle , há outro lado em mim que adora recriar estas fotos, no verde, no campo, fotos que por de trás delas há sempre uma história... 

Olho para elas e só vejo o meu "eu", um deixar ir, e uma sensação de liberdade e paz de espírito.

Cresci a ouvi dizer que íamos chegar a uma certa altura da nossa vida que íamos olhar para o lado e íamos ver poucas pessoas em que pudessemos ser verdadeiramente nós.

 Há capas que temos que colocar á frente , há silêncios que temos que criar, há momentos, há sentimentos que temos que fingir, há atitudes que temos que deixar de tomar, ou então obrigatoriamente e contrariarmente temos que as ter, isto somente para nos proteger. 

Hoje olho e sim, realmente são poucas as pessoas em que posso ser eu, ou que tenho a liberdade de ser eu. Poucas pessoas me conhecem, poucas pessoas se preocupam em me conhecer, eu não deixo também. Não quero? Talvez seja isso...

Acredito que todos acabem por o fazer, cada vez vivemos como personagens, que queremos mostrar, salguardando a nossa essência, o nosso verdadeiro "eu"...não julgo, não julguem, eu assim o faço, salvaguardando-me, mas sabendo profundamente quem eu sou, como sou, e como quero (ainda) ser. Um processo a melhorar.